PATO MACHO
Texto 1 do lote 8 da Série Cadinho de Prosa, Folhetos
Cadinho RoCo
PATO
MACHO
Veio a Belo
Horizonte para encontro com parte da sua família mas trazia consigo intenção de
fazer o que não disse a ninguém do que se tratava. Acordou cedo no sábado
ensolarado e anunciou ida ao Mercado Central. A esposa atenta à sutileza dos
acontecimentos disse que também ia, tinha comprinhas a fazer.
No Mercado
Central, já sem ter como guardar seu propósito, disse ter que comprar um pato
macho pra fazenda porque lá na sua região não encontrou nenhum e as patas
fêmeas pareciam indóceis demais. No mesmo instante a esposa reagiu, não estava
disposta a viajar com filhos em carro com ar-condicionado e um pato macho a
bordo.
João da
Barra riu dessa prosa querendo saber se há diferença entre um pato comum de um
pato macho.
Belo Horizonte, 18 abril 2013
INCONFUNDÍVEL
Anoiteço na manhã
Que faz amanhecer
Minha lembrança
Que não anoitece.
Durmo acordado
Pelo desejo silencioso
De tão gritante
Entusiasmo.
Acordo adormecido
Pela intenção dos passos
A caminharem comigo.
Das sombras
A imagem
Luz inconfundível.
Belo Horizonte, 07 junho 2000
Um comentário:
Fiquei imaginando a cena hoje em dia... nem os patos???
Abraço, Célia.
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