Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

quarta-feira, 17 de abril de 2013

DISCRIÇÃO



Série Cadinho de Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
DISCRIÇÃO
     Da conversa entre Daniela e João da Barra ele não quis dizer nada do que falou pra ela por ser assunto pessoal. Aliás, João da Barra aproveitou ocasião e constatou haver por aí muita intriga, preconceito, intolerância, egoísmo e grosseria diversa, exatamente porque não são poucas as pessoas mais preocupadas com a vida alheia do que com o próprio viver. É fácil, simples ver no outro problemas e defeitos a só exaltarem o repúdio coletivo. No entanto, quando é para estimular o desapego, o amor, o carinho e a compreensão, tudo parece atingir níveis elevadíssimos de resistência e dificuldade.
     João da Barra, por isso mesmo, sugere que sejamos mais solícitos e próximos uns dos outros desgarrados de tanto rigor que percebemos à solta por aí.
Belo Horizonte, 17 abril 2013
SEM RECEBER
     Rabisco o que acabei de escrever. O desejo das palavras, abriu sugestão para um café. Depois, o cachimbo aceso pelas baforadas amigas a contemplarem os fatos.
     Fujo das contas mentais a imporem tão singular preocupação ao meu estar que já parece viver de teimoso. Verifico o tempo de convívio que dedicado está ao vagar dessas palavras. E a ausência do patrocínio a ampliar o termo da necessidade.
     Escapo da rigidez dos fatos. Mas não consigo ignora-los completamente. A realidade sabe impor seus rigores, desafiando a mais determinada resistência.
     Deparo com a dificuldade de estar exposto às imposições da realidade. Deparo com a necessidade de achar um patrocínio para essas palavras. O trabalho merece ser recompensado. É o que surge em minha mente, que sem qualquer mentira, passa a cobrar de mim, a recompensa que em verdade não recebi.
Belo Horizonte, 18 junho 2000

2 comentários:

Camila Monteiro disse...

Bem, estou passando justamente por isso agora esses dias.
Busco por patrocinio para meu livro hehehehe

Boa sorte para nós!

Carla Ceres disse...

Oi, Cadinho! Falar mal da vida alheia é mais fácil do que cuidar da própria. Esse povo não aprende. Abraço!