DISCRIÇÃO
Série Cadinho de Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
DISCRIÇÃO
Da conversa entre Daniela e João da Barra
ele não quis dizer nada do que falou pra ela por ser assunto pessoal. Aliás,
João da Barra aproveitou ocasião e constatou haver por aí muita intriga,
preconceito, intolerância, egoísmo e grosseria diversa, exatamente porque não
são poucas as pessoas mais preocupadas com a vida alheia do que com o próprio
viver. É fácil, simples ver no outro problemas e defeitos a só exaltarem o
repúdio coletivo. No entanto, quando é para estimular o desapego, o amor, o
carinho e a compreensão, tudo parece atingir níveis elevadíssimos de
resistência e dificuldade.
João da Barra, por isso mesmo, sugere que
sejamos mais solícitos e próximos uns dos outros desgarrados de tanto rigor que
percebemos à solta por aí.
Belo Horizonte, 17
abril 2013
SEM RECEBER
Rabisco o que acabei de escrever. O desejo
das palavras, abriu sugestão para um café. Depois, o cachimbo aceso pelas
baforadas amigas a contemplarem os fatos.
Fujo das contas mentais a imporem tão
singular preocupação ao meu estar que já parece viver de teimoso. Verifico o
tempo de convívio que dedicado está ao vagar dessas palavras. E a ausência do
patrocínio a ampliar o termo da necessidade.
Escapo da rigidez dos fatos. Mas não
consigo ignora-los completamente. A realidade sabe impor seus rigores,
desafiando a mais determinada resistência.
Deparo com a dificuldade de estar exposto
às imposições da realidade. Deparo com a necessidade de achar um patrocínio
para essas palavras. O trabalho merece ser recompensado. É o que surge em minha
mente, que sem qualquer mentira, passa a cobrar de mim, a recompensa que em
verdade não recebi.
Belo Horizonte, 18 junho 2000
2 comentários:
Bem, estou passando justamente por isso agora esses dias.
Busco por patrocinio para meu livro hehehehe
Boa sorte para nós!
Oi, Cadinho! Falar mal da vida alheia é mais fácil do que cuidar da própria. Esse povo não aprende. Abraço!
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