TERNURA
Série Cadinho de
Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
TERNURA
Uma vez possuído por
enorme vaziez, eis que ela surge de maneira luminosa a trazer alento ao meu
pensar. Não quer que eu cite seu nome, não quer que eu fique exposto à desventura,
nãoquer que eu me entregue à servidão de conclusões a travarem meu crescimento
espiritual.
João da Barra diz haver
nela doçura de alguém que pelo amor pleno consegue nos transmitir o que de fato
exubera a nossa vida, sem se afligir com o que da realidade insiste em nos
remeter a interesses e intenções a só contribuírem para o pesar que de fato nos
asfixia.
Dos doces caseiros que
tenho pra vender, ela diz para que eu não faça deles a minha aflição. Crescemos
para a liberdade e não para a escravidão do que só faz impor limites sobre nós.
Belo Horizonte, 26
junho 2013
VIAJANTE DE PASSAGEM
Creio que nunca esquecerei daquela enorme mesa decorada com tamanha
variedade de queijos, todos produzidos naquela região. Eu estava no Serro, um
dos graciosos berços das Minas Gerais.
Era uma casa antiga, com móveis antigos, com uma quietude antiga, com um
cuidado antigo e descansado naquele banco, pesado por século de existência.
Pães de queijo e um café com sabor histórico. Tudo de um tempo contado por
vasos a exalarem a juventude de flores tingidas por amores passados e restaurados
por pétalas de esperança.
Os
queijos, deliciosos. A casa, maravilhosa. O Serro, apaixonante.
Eu
estava ali, viajante de passagem. Chegava de rápida ida a Sabinópolis, que
agora surge alegre em minha lembrança. As flores daqueles vasos parecem acenar
pra mim. Mas não estou no Serro.
Estarei em Sabinópolis?
Belo Horizonte, 27 fevereiro 2001
5 comentários:
Quanta ternura em suas doces lembranças. Nossa Minas Gerais é apaixonante. Me sinto em casa quando venho te ler e encontro aqui as delicias das belas cidades mineiras. E este cafezinho com pão de queijo deu água na boca!
Um bom dia pra você
Um abraço
Adoro araucárias. :) Abraço!
As recordações permanecem na nossa alma...
às vezes elas são boas e parece que eternizam momentos vividos, outras vezes são só isso: recordações...
beijo
anacosta
Café com sabor histórico!
Amo café! Adorei a postagem!
Beijos!
Boa tarde, cadinho. Lembranças que chegam de leve, e aos poucos, vão tomando conta do coração e dos momentos. Belo post!
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