Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

sábado, 3 de agosto de 2013

LONGE

Série Cadinho de Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
LONGE
     Estrada de terra batida, passarinho de voo assustado. Depois da curva porteira fechada, mas é só abrir e passar.
     Porteira range e escancara caminho, sigo em frente pra chegar onde nunca cheguei antes. Lugar de beleza silenciosa, pedras no chão desse caminho longe de tudo. No tempo o ensolarado do dia seco, muito seco.
     Chego na casa fazenda num altinho que destaca construção em meio à paisagem linda. Lá no fundo morro feito de uma pedra só, de todo tamanho. Tudo vazio de sala e quartos, cozinha quieta limpinha, cada coisa no seu lugar.
     Descanso corpo no balanço da cadeira, varanda de brisa boa, eu comigo mesmo.
Belo Horizonte, 3 agosto 2013
REBENTAÇÃO
     Cheiro de acarajé. Foi repentino e surpreendente. No mesmo instante, rebentação de saudade do mar.
     Dos olhos daquela mulher forte e disposta, a manhã conduziu-me à praia. Tudo na eloquência de indomável fantasia. Sal no paladar da boca que engolia seco o dizer mudo da saudade. Tentei escapar ignorando a barraca de onde vinha aquele cheiro atlântico. Fechei olhos. Dentro deles, mais aceso que nunca, lampião no barco do homem que foi pescar camarão.
     Sensação de mergulho na manhã movimentada daquela rua festiva. E a saudade do mar navegado em meus passos perdidos em Belo Horizonte.
     O homem do barco era outro eu.
Belo Horizonte, 28 maio 2001


Um comentário:

Mônica disse...

cadinho
Eu adoro ver o mar. Pisar nele nao muito, mas ve-lo eu gosto demais!
Sou uma carioca vila lata, pois morei so cinco anos no Rio de janeiro. Sou mineira de tudo quanto é jeito
Com saudades de seu texto mas sem muito tempo
com o mesmo carinho Monica