COMPETÊNCIA
SÉRIE XAMÃ dos
FOLHETOS CADINHO ROCO
COMPETÊNCIA
Com seu olhar paulistano e dizer
visualizado por evidente objetividade ela conduz reunião de maneira admirável.
A publicitária quer porque precisa de
profissional da palavra escrita que seja profissional mesmo. Campanha de
lançamento, produto espetacular criado no Rio Grande do Sul. Já foi inserido no
mercado gaucho, em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Nesta etapa a meta é
dividida em dois módulos envolvendo em um deles Minas Gerais e Brasília e no
outro os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A publicitária e sua equipe já conhecem
meu trabalho, vasculharam blog que assino na Internet. Em face da regularidade
e qualidade das publicações proposta com parte do pagamento adiantado, a título
de sinal, restante ajustado para contratação imediata.
Xamã traz em sua boca caneta para a
devida assinatura.
Belo
Horizonte, 16 maio 2015
A
CAIXINHA
Saiu do banho com o frescor da toalha branca que envolveu seu corpo
macio perfumado delicado. No quarto deparou com ele sentado aos pés da cama,
cabisbaixo e nas mãos... surpresa. A caixinha?
Escondeu espanto, voz vinda da toalha branca, ela questiona com maciez o
que ele faz segurando aquilo e pede que dê a ela. Ele ergue a cabeça,
levanta-se e a dedos de distância pergunta o que tem na caixinha tentando
abri-la sem conseguir, posto estar ela trancada. Suor frio escorre da nuca
medula abaixo, toalha enxugando a fala. Diz que não vai dizer e pede a caixinha
de volta.
-
Não admito que mulher minha tenha uma caixinha secreta e ainda por cima
trancada.
-
Você enlouqueceu. Vá e abra aquela janela, respire fundo e olhe com atenção, porque
estamos em pleno século vinte um, tempo de não se pensar em tamanha tolice. Não
vou dizer e por favor, devolva a minha caixinha.
Trinta centímetros de comprimento, quinze de largura e uns sete de
altura. Eis a dimensão do mistério.
Ele
devolve a caixinha, não poupa força em abrir a janela, inspira o ar com furor,
olhos úmidos na noite seca e distante.
Ela abre o segundo gavetão da cômoda, vinda lá dos tempos da avó, guarda
a caixinha com carinho e escolhe a mais sensual das camisolinhas. Sabe que
quando ele fica bravo assim, é sinal de que a noite será invadida por aquele
cometa luminoso, verdadeira brasa viva.
Ele fecha a janela, não sem antes desabafar: - Merda de século vinte um.
Belo Horizonte, 22 agosto 2007
2 comentários:
Oi, Cadinho, k é muito!
Se tem "competência", sobretudo, se pede adiantamento do pagamento, Xamã, só tem k "aprovar". Há pessoas "maravilhosas", "incríveis"!
Que coisa! Que caixinha! O que estaria dentro dela, da caixinha, se subentenda? Coisa estranha, k me deixou pensando.
Bom fim de semana.
Cadinho bom dia.
Parabens pela assinatura.
E adorei o texto
e digo
Viva esse século!
Mas na verdade a liberdade
do sim e do não pertence a
cada um e o respeito a
privacidade do outro
tem o nome de
respeito, num é?
Aguardo voce la no
Espelhando para ler o
acordar dessa mulher poeta
sua amiga de longa data.
Ótimo fim de semana pra nós.
Bjins
CatiahoAlc.
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