FORA
FORA
Por
estar tão preocupado com o futuro fulano se perde no presente. Diante do agora
a estranheza do instante que é, diante do que está por ser. Tudo tão
imprevisível no presente exposto ao futuro tão hipotético.
Processo
de fuga no presente não é fuga por tratar-se de encontro achado no depois.
Tempo solto no vagar do desconhecido que nem tempo chega a ser.
Será que
fui, ou serei?
Belo Horizonte, 27
maio 2016
SEM DESAPARECER
Se nunca apareço como é que desapareço?
Na bananeira cacho de bananas ainda
verdes, umbigo, flor coração de bananeira.
Observe o cacho repleto de bananas, nem
mais nem menos do que deveria ser. Quando insistimos em querer mais e sempre
mais por mera ambição desprovida de sensatez, fazemos o que não faz a natureza
que comensura cachos e frutos para que tenham sustentação saudável.
Não adianta São João da Barra – SJDB
querer e pensar só em ofertas anunciadas pela obra de um porto enorme, porque
de tanto querer a cidade poderá é desaparecer.
A bananeira tem seu tempo pra maturar o
fruto. Na paisagem da árvore e do cacho, a harmonia de um processo sábio e
saudável.
SJDB vale muito mais do que obras
faraônicas e milhares de empregos. É o que digo eu João da Barra a sentir de
perto o que vem de longe.
Belo Horizonte,
01 novembro 2010
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