AQUARELANDO
AQUARELANDO
Diante do papel vasculho segredos da
aquarela. Com o bastão passo óleo sobre o papel que absorve rastro de cor.
Avanço mais um pouco sem pressa e com calma para não cair na tentação do impulso
indevido. Vislumbro contorno querendo adivinhar efeito da água sobre a tinta
saída do bastão. Observo o desenho em fase de criação. Pego-me surpreendido
pela pergunta: Onde quero chegar?
A aquarela esconde efeitos, preciso abrir diálogo com ela que então pede
água. Vem movimento da descoberta. A tinta reage, a água parece assustada, mas
eufórica.
Não é simples aquarelar.
Beo Horizonte, 19 novembro 2017
OUTRO
AR
Não estou agora na praça das Musas. Mas a praça das Musas está em mim.
Ela surge trazendo Monique ao amanhecer de considerações que faço ao dia.
O dia foge de mim. Ou estarei eu fugindo do dia?
Monique sugerindo intenção qualquer. Saio sem saber definir o rumo. O
dia na praça das Musas é outro.
Do mesmo dia, outro dia. Vem Monique na insinuação de outra rosa, que
não é a rosa Monique. A praça das Musas buscando o dia que está em mim. Mas estarei nesse dia?
Belo Horizonte, 28
outubro 2000
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