BOCEJANDO
BOCEJANDO
Quando do
sonho pergunto o que desenhar aquarelando eis que sou sugestionado a desenhar
aquilo que o sonho desenha em mim. Confusão de imagens querendo minha atenção
para o desvendar de traços muito leves e com singular transparência. Observo na
inquietação da quietude própria do sonho escondido do despertar. São possíveis
arranjos a serem mostrados pelo segredado em mim e de mim mesmo. Mas insisto em
querer desvendar o que está por trás do mistério nebuloso mostrado pelo sonho.
Acordo com
minha lembrança bocejando.
Belo Horizonte, 23 novembro 2017
APARIÇÃO NOTURNA
Talvez eu
seja mesmo um sujeito volúvel. A força do vento move o desejo, dando-lhe
direção diversa. Dos olhos, a presença de muitas imagens.
O nome dela
não é Dora nem Doralice. Sei o nome daquela que um dia surgiu untando meus olhos
de beleza. Encanto e beleza. Encanto, beleza e ternura. Desejo, encanto, beleza
e ternura.
Entregue ao
sabor dos ventos, deparo agora com a graça daquela que não conheço. Da
tonalidade cremosa a sugerir um amarelo pálido a sugerir palha, um par de botas
fazendo com que eu imagine seus pés macios a sustentarem corpo todo vestido de
preto. Nem por isso a noite deixa de ilumina-la. E o vento que não sossega,
trata de dar rumo aos olhos.
Belo Horizonte, 02 dezembro 2000
Um comentário:
Adorei ;))
Beijinhos melados ;)))
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