GAROA
GAROA
Como poderei entender um sonho que se desmancha tão logo se inicia?
Tento vazar pela neblina proposta entre o
meu olhar e a imagem que aparece muito turva. Afasto com os olhos o embaçado do
espaço mergulhado nessa espécie de garoa a banhar minha curiosidade. Sensação
de mundo outro pendurado em nuvem a interferir na imagem concreta de maneira
fenomenal.
Desmancho o desânimo buscando imaginar o
que posso ou não estar enxergando.
Na chuva o voo das aves é outro. Nas paredes a umidade cria imagens
vindas de onde?
Quando possuído pelo fastio da
transparência a água começa a traçar linhas em desenhos magistrais.
Belo Horizonte, 24 novembro 2017
ESCULTURA
DA ESPERANÇA
Um verdadeiro símbolo natural. Uma presença viva, celebrando a vida.
A árvore tombou. Caiu talvez pela ação de um raio. Um relâmpago
fulminante ou uma feroz tempestade. Ou ainda, abatida por algum vendaval. O
fato é que a árvore foi derrubada, como pode-se perceber com toda evidência, na
praça Marília de Dirceu, à margem da rua que também traz o nome da eterna noiva
e musa do poeta Gonzaga.
Mesmo vítima desse verdadeiro atentado, a árvore ainda que desmoronada,
resiste. Do seu tronco rijo e espesso, sinal de vida. E a árvore cresce impondo
ao tempo a presença de novos galhos, de novo florescer.
Um verdadeiro símbolo natural da esperança. Uma verdadeira obra de arte.
Na praça Marília de Dirceu, em Belo Horizonte, a presença da árvore que
reconheço sem qualquer autoridade, mas com todo carinho, como sendo a Escultura da Esperança.
Belo Horizonte, 10
dezembro 2000
Um comentário:
Uma força da natureza!
Gostei de ler...bj
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