Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

GAROA

GAROA
     Como poderei entender um sonho que se desmancha tão logo se inicia?
      Tento vazar pela neblina proposta entre o meu olhar e a imagem que aparece muito turva. Afasto com os olhos o embaçado do espaço mergulhado nessa espécie de garoa a banhar minha curiosidade. Sensação de mundo outro pendurado em nuvem a interferir na imagem concreta de maneira fenomenal.
      Desmancho o desânimo buscando imaginar o que posso ou não estar enxergando.
     Na chuva o voo das aves é outro. Nas paredes a umidade cria imagens vindas de onde?
      Quando possuído pelo fastio da transparência a água começa a traçar linhas em desenhos magistrais.
Belo Horizonte, 24 novembro 2017
ESCULTURA DA ESPERANÇA
     Um verdadeiro símbolo natural. Uma presença viva, celebrando a vida.
     A árvore tombou. Caiu talvez pela ação de um raio. Um relâmpago fulminante ou uma feroz tempestade. Ou ainda, abatida por algum vendaval. O fato é que a árvore foi derrubada, como pode-se perceber com toda evidência, na praça Marília de Dirceu, à margem da rua que também traz o nome da eterna noiva e musa do poeta Gonzaga.
     Mesmo vítima desse verdadeiro atentado, a árvore ainda que desmoronada, resiste. Do seu tronco rijo e espesso, sinal de vida. E a árvore cresce impondo ao tempo a presença de novos galhos, de novo florescer.
     Um verdadeiro símbolo natural da esperança. Uma verdadeira obra de arte.
     Na praça Marília de Dirceu, em Belo Horizonte, a presença da árvore que reconheço sem qualquer autoridade, mas com todo carinho,  como sendo a Escultura da Esperança.

Belo Horizonte, 10 dezembro 2000