ABÓBORA
ABÓBORA
Não tenho
saudade da aflição
Tenho sangue no
coração
Amor na
compreensão
Fé ida além
razão.
Não busco
conclusão
Talvez eu seja
só ficção
Vivendo cada
lição
Inspirada em oração.
Pode ser que eu
vá embora
Pode ser que eu
permaneça fora
Do depois e do
agora.
Lugar sem hora
Mudez sonora
Virei abóbora.
Belo Horizonte,
18 outubro 2018
PERNAS
DISPERSAS
Bem no meio da noite, quando então todo
silencio é escuro, penso no momento de cada dia.
Bem no meio do sono esbarro em idéias
pernas que nunca vi, num caminhar que desconheço.
No dia de cada assunto imagino conversas
em sonhos que já não habitam em mim. E aquelas pernas roliças e tão femininas
transitam no sono que foge de mim. Idéias a provocarem minha atenção dispersa.
Penso no que já não pensava, vou para onde nunca fui. Tudo num sono confuso na
sombra de um silencio seduzido por estas pernas deitadas em mim.
Agora sim é que o sono desaparece do
silencio, ao assumir a escuridão da noite, enquanto que possuído por essas
pernas, percebo enorme clarão que busco lá de dentro desse assunto sem dia, por
pertencer ao delírio dessa noite sem fim.
Para acordar preciso dormir.
Belo Horizonte, 17 Dezembro 2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário