GARRAFAS DE CRISTAL
GARRAFAS DE CRISTAL
Duas garrafas de cristal. Uma, antiga, lembro dela quando ainda criança
admirava sua beleza. A outra, intacta, fazia tempo que estava encostada em seu
canto, fora de uso. Resolvo trazer esta garrafa para meu cotidiano limpando-a
até com certa cerimônia abrindo-a silenciosamente considerando possibilidade
de, quem sabe, libertar um daqueles gênios que a gente vez por outra ouve falar
por aí.
Da garrafa mais antiga o bico está quebrado. Sem coragem de joga-la fora
resolvo utiliza-la para cultivar planta que sobrevive à base de água que troco
todos os dias. Restou a tampa que fico olhando por ela buscando encontrar
assunto para o que vou escrevendo vida afora.
Belo Horizonte, 26 maio 2020
CANSAÇO
Todo dia é dia de fazer um monte de
coisas e isso cansa. São feitos que não podem ser adiados, são situações que,
em alguns casos, não são para serem empurradas para depois.
A simples obrigação de ter que fazer algo
já sugere espécie de cansaço por antecedência porque a preocupação em dar
cumprimento ao compromisso também cansa.
Brincar com o cansaço é algo perigoso
porque o danado finge suportar o que nem sempre suporta sem trazer
consequências.
Daí a necessidade da atenção em não
subestimar o cansaço e nem tão pouco querer exigir sempre e cada vez mais dele.
Tem hora que o melhor mesmo é fazer nada.
Belo Horizonte, 08 novembro 2017
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