VAZIEZ
VAZIEZ
Resolvo dar uma caminhada na
praia que está vazia, mas vazia mesmo. O vento passa veloz e liso sem esbarrar
em nada e ninguém por perto.
O sol escondido entre nuvens
deixa que o mormaço esquente o corpo, talvez até mais vazio do que a praia. Há
sim um sentimento de vaziez que observa o mar entregue ao esparramar de ondas
carregadas de algo que não consigo decifrar.
Tento entender o barulho das
ondas vindas do encontro entre o mar e o vento, na praia não há ninguém. Há
verdade no discurso das ondas a banharem meus ouvidos que então percebem algum
outro ruído vindo do mar. Mas, que som será esse que de mim busca palavras de
um dizer possuído por tamanha vaziez?
Belo Horizonte, 30 outubro 2020
A TRILHA
Nem sei no que penso agora. Minha vida
entregue a outro rumo, vasculha o desconhecido. Vou para onde não sei, chegando
onde não estou. Nem sei se um dia irei por onde agora nem imagino.
Os lugares são muitos. Os dias
surpreendentes. Os planos amadurecidos, emanam outra fragrância. O que antes
era intenção, hoje supera a ação dessa realidade permitida a tantos rumos.
Sou eu, sou outro. O que também sugere a
trilha do mistério.
Nem sei no que pensar agora.
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