Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

quinta-feira, 13 de março de 2008

ALGARISMO

Isto acontece e aquilo também e tudo acontece porque num outro sentido, nada acontece
ALGARISMO
Passou no concurso foi trabalhar naquele posto de atendimento da Avenida Olegário Maciel. Sua missão, acompanhar desempenho das máquinas e socorrer dúvidas dos usuários clientes. Tarefa um tanto ingrata, mas se é no Banco do Brasil menos mal, emprego estável.
Vou pagar conta de telefone, máquina recusa. Pede que eu digite cada algarismo daquele enorme código de barras. Sigo instrução, máquina recusa.
Ele á nova na idade e na missão. Isabel ri, pede a conta e diante da máquina mostra serviço. Posiciona o código, máquina recusa. Olha para mim e diz que isso é normal, acontece. Digita aquela quantidade de algarismos, máquina recusa.
Estamos os dois decididos a desprezar aquela máquina. Vamos para outra que age da mesma maneira. E assim passamos por três ou quatro máquinas. Pronto para desistir, mais pelo desalento da Isabel, digo-lhe que é assim mesmo, acontece. Ela não aceita. De repente Isabel pede para tentar pela última vez. A máquina aceita. Pergunto o que ela fez. Seu riso é alegria alívio vitória. Mostra aquele algarismo que está assim meio apagado. Ao invés de três, digitou oito. A danada da máquina aceitou e consegui pagar a tal conta.
Belo Horizonte, 13 março 2008

INCERTEZA INDUBITÁVEL
Mundo instalado entre a guerra e a paz. Conflito de idéias, interesses diversos e a ganância buscando a prudência que insiste em revelar a imprudência.
Situações opostas. A guerra e a paz na dimensão de entendimentos perdidos em discursos estampados por intenções e protestos. Em meio a tudo isso, amor que parece perdido e sem espaço no mundo. O amor estrangulado e ameaçado por organismos que acabam desorganizando tudo. O amor revestido por máquinas e armas a comandarem seres humanos. A soberania humana sendo arruinada por poderes criados pela própria humanidade.
Mundo confuso. A guerra e a paz na dúvida e na certeza da incerteza indubitável. O amor na aparência que desaparece em meio a questionamento sem resposta. Tudo instalado no silencio que atordoa dúvidas.
Belo Horizonte, 18 março 2003

8 comentários:

Natália Guerreiro disse...

Ai, também vivo brigando com tudo que é relativo a banco.

E o seu texto de 2003 não envelheceu nada nos 5 anos. Infelizmente, como a manchete do Globo lá bem disse, falta amor. Terrível.

Obrigada pela visita.

impulsos disse...

Mas foi o homem que criou as máquinas!
Agora é controlado por elas...
Caiu na sua própria armadilha!

E no meio de tudo isto, onde cabem os sentimentos?
As máquinas foram concebidas para nada sentirem!

Beijo

Anônimo disse...

Apenas um número faz toda a diferença!
Beijos
http://sex-appeal.zip.net

Ricardo Rayol disse...

somos matematicamente formados por numeros irracionais tendendo, no limite, a racionalidade integral.

Ricardo Rayol disse...

acabei me inspirando no algarismo e mandei ver lá no cor.

Anônimo disse...

é verdade, roco, o tempo e a memória nem sempre partilham das mesmas perspectivas. obrigado por sua visita e comentário. abraços.
s.

Adrielly Soares disse...

" O amor na aparência que desaparece em meio a questionamento sem resposta. "

Adorei.
Eu particularmente acho que há
amor em tudo, até na guerra,
até no ódio.

;* prati

Luci Lacey disse...

O criador e criatura..., as vezes a criatura nos passa a perna.

Beijinhos e bom final de semana.