INSPIRADINHO

Só pra completar assunto
INSPIRADINHO

Não sou e nem nunca tive a pretensão de ser santo no sentido litúrgico da palavra. Mas busco sim santificar o meu viver, não pela pureza solene, mas pela depuração das impurezas e, aí sim, purificação do meu agir.
No direto do dizer, fiquei mais triste do que bravo por sentir perceber atitude de quem não lembro de ter vindo ao meu encontro antes, para surgir apontando dedo para pessoa da minha estima, ainda que virtual.
Gosto de gostar e a mim faz mal o contrário disso. Se é assim, mesmo não sendo diretamente atingido por acusação que seja, trato de quebrar a paciência da paciência e pôr ordem na casa, até porque sou amante do respeito que não prescindo para mim e para quem é do meu convívio.
Agora, o melhor é rir porque a vida vale mais pelo riso do que pelo choro, leve isso sempre em sua lembrança.

Belo Horizonte, 05 novembro 2008

O GUARDA-CHUVA BRANCO

O guarda-chuva trazia singular significado. Fiel companheiro de sua dona, lá ia o guarda-chuva acompanhando-a sem qualquer transtorno. Seguro por uma de suas mãos, o guarda-chuva fechado abria em mim certa atenção, digamos protetora. “Coisa de homem.” Se ela soubesse, não tenho dúvida que diria isso.
Do bebedouro ela buscou água no propósito de sua sede. O guarda-chuva seco, observava de longe a chuva que caía. Conversa escapando de assunto a outro que ia distraindo meus ouvidos. Sua voz em gracioso despertar inundou-me de alegria. Guarda-chuva parecia atento ao meu observar camuflado por espécie de nuvem tão branca quanto ele. Guarda-chuva pareceu ter gostado do que pensei.
O branco dos dentes dela trouxeram sorriso aos meus olhos. Foi quando ela pediu que eu cuidasse daquele guarda-chuva branco.

Belo Horizonte, 19 dezembro 2001