PERTINÊNCIA
Na espera enorme aprendizado
PERTINÊNCIA
A cada dia que passa somos chamados para a
simplicidade de todas as coisas. Estar atento a isso é uma questão de postura
porque quando resolvemos não aceitar o simples tratamos de trazer para nós
mesmos a complicação.
A mistura da espera com a expectativa que
alimenta a ânsia faz por merecer mais que mera atenção nossa. Bom observar que
o estar atento pode também sugerir quietude, paralisia. A fera que espreita sua
vítima permanece imóvel para dar o bote no momento certo. Mas esta imobilidade
não está inerte, muito antes pelo contrário. Na espera a situação da imobilidade
desencadeia movimento invisível de sentidos e músculos. É por aí que da mistura
que há entre a espera e a expectativa evitamos a precipitação da ansiedade que
em muitos casos não consegue se alinhar ao que age em favor do êxito de
determinada ação. Frente a tudo que parece ser tão complexo, eis que temos a
chance de vislumbrar a simplicidade fugindo exatamente daquilo que nos afasta
de elucubrações inúteis, para que consigamos nos aproximar das conquistas
pertinentes.
Belo Horizonte, 21 janeiro 2013
O Vinho do Porto
Um cálice com Vinho do Porto, para que eu sinta o sabor do beijo da
amada.
Do Vinho do Porto, o calor tinto a vagar
pelo sangue entregue ao paladar amante deste amor. Há ainda a corpulência do
sabor misturado ao hálito “meio seco” da carícia untada pela inspiração que
flui por todo corpo.
Um cálice na transparência da celebração
que absorve o vinho feito em singular emanação. E a amada em sua sede, busca do
cálice o líquido qual sangue a nutrir e aliviar o insistente chamado do
coração.
Um cálice com Vinho do Porto, para que
possamos partir transformando nossos corpos em única embarcação do amor.
Belo
Horizonte, 22 junho 1999
3 comentários:
Verdade, abraço Lisette.
Pois sim,meu amigo, o vinho do PORTO é sempre bem-vindo e quanto as simplicidades elas estão cada dia mais complexas...
Um abraço
Ótimo texto!
Beijos :*
Nos olhos de quem viu
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