DEGRADAÇÃO
Série Cadinho de
Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
DEGRADAÇÃO
No mundo que estamos
nele, em princípio tudo está à venda, vende-se tudo. O escrúpulo é só detalhe.
Por mera questão de
emprego a pessoa se vende ao que há de mais perverso e a culpa fica por conta da
empresa, do mercado e de tudo aquilo que faz parte do jogo que não tem nada a
ver com a dignidade do ser humano. Assim é que nada fica pessoal e tudo se
transforma numa pasteurização animalesca e feroz em que o que mais importa é sobreviver.
Matar o outro é questão de detalhe.
Assim o sujeito se vende
e se prostitui sem querer saber o que é feito dos seus próprios atos.
Mundo de tanta cobiça em
que o querer bem tornou-se perdido pela
mais completa descrença porque o que vale mesmo é ganhar tudo e mais alguma
coisa seja lá como for.
Belo Horizonte, 24
maio 2013
OUTRO AR
Não
estou agora na praça das Musas. Mas a praça das Musas está em mim. Ela surge
trazendo Monique ao amanhecer de considerações que faço ao dia.
O dia foge de mim. Ou estarei eu fugindo do
dia?
Monique sugerindo intenção qualquer. Saio
sem saber definir o rumo. O dia na praça das Musas é outro.
Do mesmo dia, outro dia. Vem Monique na
insinuação de outra rosa, que não é a rosa Monique. A praça das Musas buscando
o dia que está em mim. Mas estarei nesse dia?
Belo
Horizonte, 28 outubro 2000
2 comentários:
A Lei de Gerson ainda impera... infelizmente. Bom dia!
Concordo com a Ana Bailune, Cadinho. Bom fim de semana!
Postar um comentário