TOLERÂNCIA ZERO
Série Cadinho de
Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
TOLERÂNCIA ZERO
Madame não quer ouvir nem
de longe nada que diga respeito ao futebol. Da Copa das Confederações então,
nem pensar. Madame tem ouvidos sensíveis demais e tímpanos que, após dias,
teimosamente vibram efeito daquela vaia insuportável.
Gentalha! Onde já se viu
vaiar com aquela intensidade pra ela, a mãe do Programa de Aceleração do
Crescimento, o tão famoso PAC nascido do primor de governo superdinâmico. Será
que não sabem ser ela considerada das mulheres mais poderosas do mundo?
Madame não se conforma.
Desde aquele acontecido malfadado tornou-se áspera, mal humorada e não para de
repetir, em momentos mais reservados, que agora sua tolerância é zero.
São Paulo, 06 julho
2013
CANTAROLAR DE IDÉIAS
Convite para a noite. Lampião aceso diz que é certo não estar presente a
jovem amada, entregue ao seu hábito de, durante a semana, dormir cedo. Será?
Elimino a dúvida. Sem estender assunto, fecho questão. Nada a ser
averiguado agora, senão a conveniência de acatar simpático convite.
Imagino situações. Do paladar, a lembrança das generosas doses de
animado uísque, regadas a conversa. Uma cantora surgirá. O convite inclui
música. Ao cantarolar do desejo, vou sendo amolecido pela vontade.
Lampião no contraste da lua estimula sonho. Por instante, a jovem amada
desliza no esquecimento.
Tudo pode acontecer em uma noite.
Belo Horizonte, 29 março 2001
Um comentário:
É Cadinho... toda Majestade tem seu dia de inglórias... É muito bom quando sabemos calçar as sandálias da humildade e trilharmos por caminhos comuns...
Abraço, Célia.
Postar um comentário