DESILUSÃO

SÉRIE XAMÃ

FOLHETOS CADINHO ROCO

DESILUSÃO

     Eu deveria telefonar novamente?

    Não, não deveria é o que me diz João da Barra.

    Quando escapados da ilusão eis que não alimentamos espera de quem sabemos que não aparecerá.

     Na noite todo vento se faz escuro.

     Na esperança a sorte se faz aliada de quem nela acredita.

     Em um mundo marcado pela mentira a verdade não se rende, mas aprende a ser fiel a quem se mostra fiel a ela.

     Não adianta querer que Xamã seja o que não faz dele o cão que é.

   Telefonar novamente é insistir na ilusão.

Belo Horizonte, 05 junho 2015

LUXURIANTE

Encanto desprovido de horas

Todo nenhum momento

Entre os tais sucedidos

Aqui eu que estive estou.

Início desgarrado de princípio

Fugaz mergulho estampado

Clarão de grito surdo

Sussurro de vozerio mudo.

Ao quente macio estrangular

Galope em saltos famintos

Banquete de outro paladar a

saudar o viver em outro viver,

Quem sou quem és

Tu eu em tão alucinada aventura?

Belo Horizonte, 22 outubro 2007