ACOMPANHANTE
ACOMPANHANTE
Veio a
chuva, passou a chuva, sol entre nuvens em movimento que esconde o sol na chuva
que voltou. Na capa o molhado da chuva desenhando enxurrada tingida pela terra
que desce num passeio líquido em busca de um córrego, ou de um rio qualquer.
Tempo escurecido pela tarde vestida de noite revestida pelo som da chuva que
não para. Aconchego de palavras na insinuação de sonhos acordados pelo desejo
no corpo protegido por paredes a sustentarem o telhado encharcado pela chuva.
No
restaurante alguém pede o cardápio. No cardápio a sugestão de um peixe
provocando apetite em combinação com a chuva que, pelo visto, servirá como
interessante acompanhante para o almoço.
Em meio a
tantas escolhas aquela que em momento mais que oportuno surge para alimentar
nosso viver.
Belo Horizonte, 05 dezembro 2017
NOITE E SONHO
Que se dane
o mundo. Considero assim o relâmpago vindo do céu do amor.
Que se dane
o mundo. Outro relâmpago com clarão semelhante, desenho rápido no piscar dos
olhos.
Sua imagem,
que hoje não apareceu, não desaparece do querer já deixado de ser só meu. Vem
chuva de pronúncia simples e discurso direto. Mas você não vem.
Acendo o
lampião, querendo luz. Farol distante, sinal de alerta. Noite incerta que
atravessa o tempo do sonho. Aí você vem, iluminando noite e sonho.
Belo Horizonte, 15 março 2001
Um comentário:
Alimentar nosso viver ... é obrigatório!
Boa terça!!!
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