CHUVARADA
Xamã na chuva
Fareja o dia
Em casa observa
A manhã fria.
Tempo leva
Nuvem sombria
Água lava
Poema e poesia.
Cão tem nome
Xamã olha e come
Deita e dorme.
Terra molhada
Quieta e deixada
Ao dispor da chuvarada.
Belo Horizonte, 10 novembro 2018
SÓ PODE SER ISSO
Contas a pagar, muitas contas.
Camisetas à venda, muitas camisetas.
Problema é o enorme desajuste entre
débitos e créditos. Se não há venda não há pagamento e se não há pagamento a
cobrança continua sempre e cada vez mais severa.
Pergunto a mim mesmo o que faço aqui.
Lugar estranho e sem qualquer perspectiva. Minha mais singular conclusão é a de
que em Belo Horizonte
todos estão falidos, quebrados, desprovidos. O interessante é perceber tanta
ostentação para tanta gente que então diz estar num aperto só. Se não são
loucos o que serão?
Quero ir embora daqui para beira do mar,
de preferência lugar simples em que as pessoas assumem suas posturas sem
qualquer preocupação.
Já escrevi isto antes e volto a ser
provocado a escrever.
Belo Horizonte é um lugar de mentira.
Belo
Horizonte, 15 maio 2008
Um comentário:
Talvez procurares outro local para viver, então...
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