CREMOSO
CREMOSO
Carro branco
Exposto na agência
Vazio no banco
Música com regência.
Instante sem solavanco
Silencio na prudência
Da chave tranco
Minha ausência.
Dia nebuloso
Suco cremoso
Gelado gostoso.
Cardápio italiano
Bordado no pano
Acorde no piano.
Belo Horizonte, 22 novembro 2018
ALIMENTO
Sinto fome do cheiro mulher. É apetite
estranho faminto que busca mergulho quente profundo sentido.
Sinto fome na noite mulher que sangra na
tinta a buscar contraste do tecido úmido, pele despida em reação quente viva.
Sinto fome muita fome da palavra mulher
dor gemido entrega na sombra da mais íntima sensação noturna, lírica,
alucinada. É ânsia de movimento forma que deforma pensamento de qualquer
intenção resistência.
Devorar guloso do que penetra no âmago do
mais profundo fôlego.
Sinto fome do cheiro jeito com que a lua
desliza em busca da manhã. E quando surge a luz, eis que tragado sou pela
estrela do amanhecer dia que inunda a noite de calor.
Sinto que já não sinto a fome.
Sinto que ao ser alimentado também sou
alimento.
Belo Horioznte, 25 julho 2008
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