Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

sexta-feira, 3 de abril de 2020

JANELA ABERTA


JANELA ABERTA
     Tão logo abri a janela eis que veio constatação tão singular: a mentira apodrece, a verdade permanece.
     Foi assim, de repente, olhando para a vegetação do jardim de inverno em manhã sombria, nublada.
     Da janela do quarto deixei escapar o silencio do ambiente com jeito meio sonolento. Segui com o que estava fazendo, indo de encontro à outra janela que escancarou a rua vazia, quieta, distraída, ou quem sabe esquecida. Dia de ficar quieto com a verdade que permanece viva, vistosa, senhora da sua mais solene postura.
     De repente veio vontade de rezar enquanto observava a mentira apodrecida e exposta ao que há de mais repugnante.

Belo Horizonte, 03 abril 2020
APROXIMAÇÃO
     São muitas as imagens à beira da estrada. São muitos pensamentos percorridos ao longo da estrada.
     Depois de tantas horas a aparição de Campos num silencio de lembranças acordadas sem querer.
     As ruas planas, o movimento das pessoas, novas edificações, antigos casarões. Passos de um passeio solitário e descontraído, ou fugido do tempo que não se importa com passado ou presente.
     Pensar em Campos é algo que assanha algum mistério escondido em mim mesmo.

Belo Horizonte, 11 dezembro 2016

Um comentário:

Valdelice Nunes disse...

Boa tarde Cadinho.
Também vejo a mentira apodrecida. Sempre falo que a verdade permanece,as pessoas é que a ignoram.
Mas no seu poema a descreveste maravilhosamente bem como uma senhora vistosa de postura solene.
Xeru