JANELA ABERTA
JANELA ABERTA
Tão logo abri a janela eis que veio constatação tão singular: a mentira
apodrece, a verdade permanece.
Foi assim, de repente, olhando para a vegetação do jardim de inverno em manhã
sombria, nublada.
Da
janela do quarto deixei escapar o silencio do ambiente com jeito meio
sonolento. Segui com o que estava fazendo, indo de encontro à outra janela que
escancarou a rua vazia, quieta, distraída, ou quem sabe esquecida. Dia de ficar
quieto com a verdade que permanece viva, vistosa, senhora da sua mais solene postura.
De
repente veio vontade de rezar enquanto observava a mentira apodrecida e exposta
ao que há de mais repugnante.
Belo Horizonte, 03 abril 2020
APROXIMAÇÃO
São muitas as imagens à beira
da estrada. São muitos pensamentos percorridos ao longo da estrada.
Depois de tantas horas a
aparição de Campos num silencio de lembranças acordadas sem querer.
As ruas planas, o movimento
das pessoas, novas edificações, antigos casarões. Passos de um passeio
solitário e descontraído, ou fugido do tempo que não se importa com passado ou
presente.
Pensar em Campos é algo que
assanha algum mistério escondido em mim mesmo.
Belo Horizonte, 11 dezembro 2016
Um comentário:
Boa tarde Cadinho.
Também vejo a mentira apodrecida. Sempre falo que a verdade permanece,as pessoas é que a ignoram.
Mas no seu poema a descreveste maravilhosamente bem como uma senhora vistosa de postura solene.
Xeru
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