FASTIO
Não gosto mesmo de situações
emperradas no meio do caminho. Não gosto do que não é feito sabe-se lá porquê.
Gosto sim de fazer com que as
coisas fluam, com que a criatividade encontre espaço, com que a liberdade seja
contemplada por tudo que por ela temos chance de transmitir.
Essa coisa de ficar em meio
a conversas que não conseguem achar a trilha da execução do que propõem
causa-me fastio. Prefiro não expor tanto minha paciência que por muitas vezes
desaparece deixando-me numa aflição ruim, desagradável.
Triste deparar com o que tem
tudo para acontecer, mas que acaba não acontecendo.
Belo Horizonte, 05 dezembro 2020
UÍSQUE
COM MELÃO
Ao pedir duas doses de uísque, ouvi o Ubaldo balbuciar algo relacionado
a um melão, recado que o garçom entendeu sem qualquer dificuldade. Nossa
conversa prosseguiu, mas fiquei com aquele detalhe em minha mente. Vieram os
copos, gelo e a garrafa do uísque pedido. Disfarcei minha curiosidade em saber se
estávamos esperando do serviço do garçom, algo além daquelas doses. Mas também,
nem foi preciso perguntar. Eis que, senão quando surgiu um prato farto em
pequenas fatias do que poderia ser um queijo, mas que não tinha a cor de
queijo. Não era muçarela e nem tão pouco requeijão. Era sim, o melão pedido
pelo Ubaldo que recomendou-me experimentar aquele acompanhamento. Ao querer
saber como o amigo havia descoberto aquilo, de um gesto evasivo deixou a
resposta no ar. Mas, que o tal uísque com fatias de melão servidas como
aperitivo é mesmo muito bom, disso estou certificado.
Belo Horizonte, 21 janeiro 1999
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