OBJETIVIDADE
OBJETIVIDADE
Cheguei à singular conclusão de que o
melhor para mim é estar em contato com gente que esteja presente, de maneira
ativa, no mercado. Gente que negocia, gente que traz ideias práticas a proporem
projetos plausíveis e de aplicação concreta, sem ficar só na praia da
elucubração. Gente que esteja atenta a oportunidades de trabalho eficaz, que
remunere bem, trabalho valorizado.
Já não tenho disponibilidade para
conversas que ficam só na especulação do abstrato pelo abstrato a concluir
sucessivas abstrações.
Em não encontrando ninguém que de fato
venha com objetividade de resultado, limito-me a fazer planos comigo mesmo.
Belo
Horizonte, 11 dezembro 2020
NA EXPOSIÇÃO
Dia de exposição para o meu cão Boxer, o Aleph. A juíza, marcada pela
sisudez daqueles óculos, faz minucioso julgamento. O cão concentrado, à espera
dos acontecimentos. A juíza observa meio de longe. Chega mais perto, trazida
pelo pisar da prudência. Há uma certa impaciência no ar. A juíza quer ver os
dentes do animal. Insiste daqui, insiste dali. Chega mais perto, buscando a
bochecha do bicho.
Aleph estranha o gesto, rosna e sem mais aviso, abocanha o braço da
intrusa, ou melhor, da juíza. O tempo voa no relógio que salta do pulso,
acompanhado por aquele largo bracelete. Suspense no susto, diante da convicção
do cachorro que, como se nada tivesse acontecido, retorna à sua postura rija
como uma estátua, em exposição. Na platéia, risos devidamente camuflados pelas
mãos do sarcasmo.
A juíza, indignada. Mas, indignação mesmo não seria a juíza querer
morder o cão?
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